HISTORIETA

A gente segue na longa estrada e se depara com as altas serras entre as quais paira – serena, simples, com suas casas – o lugar próprio de antiga história. Vem um menino e um passarinho na rua larga da torre alta da igreja grande.

De calças curtas, o menino do sítio na rua. O passarinho está sobre telhas. Será andorinha, ou papa-sebo, concriz, golinha, galo de campina? O passarinho por sobre as casas da rua larga.

Vem a mulher de vestido marrom. A bacia cheia de ovos de galinha. A moradora do sítio na rua. O homem atravessa a rua, vai de esporas. A burra amarrada no pé de algaroba ali embaixo.

Alguém, na casa, engoma roupa. E aquela senhora idosa, muito arrumada, sobe a suave ladeira que vai dar na igreja. Surge a procissão.

A vida segue na longa estrada. E se depara com as altas serras entre as quais paira serena, simples, com suas casas, o lugar próprio de antiga história.

Vem o menino, vem passarinho na rua larga da torre alta. Igreja grande, menino e rua. O passarinho sobre as alturas será andorinha ou papa-sebo, concriz, golinha, fogo apagou. O passarinho da rua larga.

Mulher de agosto toda em marrom. Homem do sítio, todo em algodão. Alcovitáveis panos fechados. Marrom e de mescla, algodonados.

A burra mula de cor fugida. Bacia de ovos e uma marrã. Na algaroba, sombra e espera.

Nos meses vindos, feitos de chuvas, tempos molhados, de plantação, virão serenos, tensos e sãos, os desencontros e encontros vãos.

A vida segue na longa estrada
E se depara com as altas serras
Entre as quais paira serena, simples,
Com suas casas, o lugar próprio
De antiga história.
Vem um menino, vem passarinho
Na rua larga da torre alta.
Igreja grande, menino e rua.
O passarinho sobre as alturas
Será andorinha ou papa-sebo
Concriz, golinha, fogo apagou.
O passarinho na rua larga.
Mulher de agosto toda em marrom.
Homem do sítio, todo em algodão.
A burra mula de cor fugida.
Bacia de ovos e uma marrã.
Na algaroba, sombra e espera.
Nos meses vindos, feitos de chuvas
Tempos molhados, de plantação
Virão serenos, tensos e sãos
Os desencontros e encontros vãos.
Alcovitáveis panos fechados
Em marrom e mescla,
Algodonados.





ESTRADA DE AGOSTO

A gente segue na longa estrada e se depara com as altas serras entre as quais paira – serena, simples, com suas casas – o lugar próprio de antiga história. Vem um menino e um passarinho na rua larga da torre alta da igreja grande. De calças curtas vem o menino. O passarinho sobre as alturas, de olhar nas telhas. Será andorinha ou papa-sebo, concriz, golinha, fogo apagou. O passarinho na rua larga, manhã de agosto. Vem a mulher toda de marrom. Bacia de ovos vindos do sítio com a moradora e uma marrã. Homem de esporas, no algodão e a burra mula. Pé de algaroba, lugar de espera. E estão na sombra o menino o homem a moradora três passarinhos, marrã e os ovos, junto da igreja. Marrom dos panos e chão na sombra, espera e vagens amareladas da algaroba. E a burra mula no chão enxuto. Panos passados algodonados, lisos, mesclados e engomados. E estão na sombra como se hirtos, abandonados, alcovitáveis, estoriáveis. No chão enxuto todo pisado da longa estrada.

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